segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Militância pagã e a Sindrome de Julien

Estava a me lembrar de uma postagem feita pela União Wicca do Brasil no Facebook, a respeito da 4ª marcha contra a intolerância religiosa no Rio de Janeiro, e do comentário feito por eles sobre a mobilização pagã no evento, onde dizia-se que haviam mais de 1000 pagãos apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas pouco mais de 400 resolveram ir a manifestação. Comecei a me questionar, já nesta época, a respeito  de como a militância pagã é desmobilizada e desinteressada, e as conclusões a que cheguei, escrevo agora nestas linhas...

Vemos entre o movimento Pagão nacional um fenômeno que não é percebido la fora, por exemplo...este fenômeno consiste em "deixar para o outro" a responsabilidade pela mobilização, como se a pessoa não tivesse nada a ver com isto! Quando tentei mobilizar o meio pagão para que denunciassem uma invasão de terras ocorrida em uma Área de Preservação Ambiental na Fazenda Nova Gokula, em Pindamonhangaba, acabei ouvindo de alguns as seguintes frases: "aquilo não é meu", "não há o por que me envolver com isto,pois o problema é deles, e não nosso", entre coisas do gênero. O engraçado, é que um dos deveres do paganismo é respeitar a natureza como um ambiente sagrado, mas tal atitude só demonstrou a inoperância de alguns frente aos desmandos de outros...E isto ocorre em toda causa pagã! Se um coven sofre perseguição religiosa, outro coven nem se mobiliza para ajudar a lutar contra...Se um terreiro de umbanda ou de candomblé é afetado pela discriminação, são poucos os pagãos - sejam druidas,wiccans,asatruares ou qualquer outra denominação do paganismo existente em nosso país - que se mobilizam a se juntar e apoiar a luta que este terreiro está a levantar. Tudo isto, meus caros, é pela lei do mínimo esforço, onde cada vez mais se ouve quem deveria estar lutando dizer "Ah! tem outros lutando por esta causa,que eu não sou necessário!"...

Mas SIM meus caros, somos todos necessários! Cada um de nós, da melhor maneira que pode, é um elo na corrente da luta contra a intolerância...se todos se unem pela causa, as chances de vencermos esta contenda é enorme...mas se deixarmos "para o outro" uma responsabilidade que também é nossa, acabaremos que não haverá ninguém para lutar, e a batalha estará perdida. O mais engraçado, é que os mesmos que falam em "deixa para o outro fazer" luta com (alguma) força por causas como "adote um animal" "seja vegetariano", mas o mesmo esforço não é visto quando se trata de causas que irão interferir na vida dele e de gerações futuras de maneira imediata! E isto não é uma crítica aos pagãos que militam em causas ambientais ou do vegetarianismo, e sim um pedido para que, da mesma forma que lutam por tais causas, lutem também por esta! Ou acabaremos, meus caros, como o personagem Julien, do filme Madagáscar..."se remexe muito" quando é coisa cotidiana, mas quando a causa é urgente, manda o Maurrice ir fazer...Espero que os pagãos comecem a "se remexer muito" também pela causa da luta pela Liberdade Religiosa, do contrário, logo não teremos liberdade nenhuma para nos mexer.

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